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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Day of gray

It was not a typical trip, the sky was dark and gray as his heart. Although he was waiting for this day, when it hit him he realised he would never be prepared at all. The sky was full of rain, as his eyes and he could not prevent the tears to fall. Sometimes feeling sad, sometimes feeling afraid, sometimes just feeling. 


Then, he decided to take a walk, it was drizzling but he didn't care. There he was, staring at the sea that was pale as he could see and everything around him seemed to cry. He looked to the sky again, the same color as the sea, and thought "If it will happen to everybody, then why are we never ready when it happens to somebody so close? Why does it hurt that much? What will become of me when it happens to me?"
Why?... Why?... Why?... I will never know.


segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O dia em que tudo deu errado

Tinha ficado acordado até 5AM terminando os trabalhos da faculdade, um deles havia enviado por e-mail, para poupar tempo. Chegando às 7h30AM na sala de aula, a professora informa que não aceita nada por e-mail, senão ela fica "perdida", já que algumas pessoas entregaram impresso. Ele corre imprimir, chegando na copiadora, o rapaz informa "seu arquivo está corrompido". Como assim?! Tudo bem, corre para outra copiadora e tudo dá certo. Ufa, um problema a menos.
Após um dia inteiro na faculdade, na última aula, descobre que a professora mais legal do planeta está indo embora. Sai correndo da aula para uma reunião, por algum motivo imbecil, pega o caminho errado e vai parar do lado oposto para onde deveria ter ido. Atrasando-se por quase uma hora. 
Pronto, descanso, agora era encontrar os amigos e ser feliz. Segue para sua casa, pois precisa terminar outro trabalho para o dia seguinte, chega em casa e... cadê a chave? Ninguém em casa. Ele só queria entrar, comer, tomar um banho, terminar seu trabalho e dormir, dormir, dormir. Mas cadê a chave?! Liga para o seu pai que informa "estamos numa festa e não vamos demorar". Mas santo pai vai até lá e leva a chave. Pronto, dentro de casa. Os planos de dormir cedo já eram, o trabalho atrasou devido ao incidente da chave e lá vai ele dormir mais de 2AM, exausto, tendo chorado feito uma criança carente e pensando se vai realmente aguentar um semestre inteiro nesse ritmo.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Como tudo começou

E lá estava ela indo para o Rio de Janeiro pela primeira vez. Com medo de avião, arriscou e foi de ônibus, apesar de a viagem ser longa, Madame Chá considerava mais segura. Escolheu a última poltrona, achava que não seria incomodada, pois as pessoas não gostam de sentar-se tão ao fundo. 
A cada pessoa que entrava, Chá rezava mentalmente para que não sentasse ao seu lado. Então um homem com aparência de quase 40 anos senta ao seu lado, ela pega um livro e começa a ler. 
No meio da viagem ela percebe que o rapaz a encara, ela sem nem tirar os óculos escuros, observa de canto de olho. Então fecha o livro e deposita em seu colo e então percebe os gesto insinuante que aquele homem faz para ela. Na primeira parada, Chá e o desconhecido resolvem fazer o pior, vão parar no banheiro. E a cada parada repetiam a dose. 
Semanas depois, de volta em sua casa, ela finalmente teve uma ideia, começaria a procurar mais rapazes e mais ainda, começaria a cobrar. Parecia um plano brilhante, uma vez que estava desempregada e desesperada. Teria feito a escolha certa?

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Mata o cara

Estavam todos ali ao redor da mesa: ele, a tia, a prima, a irmã e a avó. Jogando bingo, atividade preferida da avó. Já passava das 22h quando o avô levantou, foi ao banheiro, voltou e ficou repetindo como se estivesse em transe:
- Matar o cara! Matar o cara!
Todos se olham. O avô começa a mexer nas gavetas, acende a luz da rua, fica observando pela janela. E continua:
- Matar o cara! Matar o cara!
A tia pergunta:
- Pai, você está bem?
O avô não responde e volta para o quarto. Fica sentado em sua cama, no escuro. Ele fica assustado, pois além do avô ele é o único "cara" daquela casa. E se o avô estiver sofrendo de algum ataque de sonambulismo e matá-lo durante a noite?! Todos foram dormir algumas horas depois. Na manhã seguinte a prima pergunta:
- Vô, quem era o cara que o senhor queria matar ontem? "Matar o cara, matar o cara"
- Hein?! Nããão, sua avó fecha a janela, não sei onde colocou o ventilador, assim ela vai matar o cara de calor!
Todos caíram na gargalhada. Saudades do avô.


domingo, 28 de outubro de 2012

Vamos evoluir

Duas ocasiões parecidas, dois momentos diferentes, duas festas à fantasia, dois públicos diferentes. Na primeira deu tudo certo, todos nem ligaram pelo fato dele estar usando vestido, maquiagem, salto e peruca. Muitas pessoas acharam o máximo e até o adicionaram no facebook depois. Já na outra, as pessoas nem chegavam perto dele, o mediam, e foi quase que uma segregação só, ainda bem que tinham amigos ali e ele estava praticamente em casa, então danem-se os outros. 
O preconceito estava claro e estampado na cara das pessoas. E ele achando que isso era coisa de outro mundo. As pessoas têm preconceito, isso é fato, mas o que elas fazem com ele é que não se pode ser aceito. Vamos evoluir um pouquinho, humanidade?

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Quero ser burro

"Me deixem ser burraaaa!"... assim como naquele quadro do Terça Insana, eu vivo repetindo isso aos quatro ventos (em pensamento por enquanto). Me deixem ser burro! Não que eu me sinta mais inteligente, mas estou cercado de intelectuais [ou pseudo] que não deixam você ter um minutinho sequer de diversão. Se você está numa roda de amigos e começa a falar que gostou de um filme, logo vai ouvir algo do tipo "A fotografia não era boa, o discurso era isso, o figurino era aquilo, blá blá blá". Qual é o problema em assistir a um filme e gostar apenas da história? Qual o problema em ouvir uma música que não é conceitual ou revolucionária? 
E agora com essa internet, o que mais temos espalhado por aí são críticos literários, de música, cinema, moda e por aí vai. Todos se sentem capazes de saírem espalhando suas blablazices por onde andam e esquecem de fazer algo simples, essencial e eficaz: divertir-se. É barato, faz bem para você mesmo e para os outros. Então, eu só quero me divertir um pouco e me deixem ser burro, por favor.

domingo, 7 de outubro de 2012

like it or not

Nunca quis ser bom, não sei quando me deram este título. Certo que um dia eu tentei agradar todos e ser alguém melhor, o problema é que eu não sou bom e logo isso se torna visível. Aceite-me como sou ou então nem chegue perto. Cansei de tentar ser alguém para receber aprovação dos outros. Goste assim ou caia fora. Não farei mais questão de ser alguém legal se eu não estiver afim. E só dessa vez, não sinto nem vontade de dançar.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Dreaming or Living


I would like to start by paraphrasing a song “Dance, you're not killing yourself! You're only triggering your senses”. Then I spent eleven years of my life doing it and also believing that it would be my future. Dance! I just don’t know whether I let it slip through my fingers or just gave up, but at some point I stopped doing it. It all started when I was eleven and it came to an end when I was twenty-two. What I used to dance? Polish folklore, but before that, it was also Ukrainian, Italian, Portuguese and Spanish. In 2001 I became part of an ensemble of only Polish folklore and I thought I was just in heaven.
I thought I could become professional, and travel around the world as a dancer. I never wanted to be famous, I just wanted to dance and I still do. Someday, somehow, someway, I lost it. Maybe I didn’t put enough effort into achieve it and writing this makes my heart  beat so fast and causes my eyes to water. But I’ll stand still and keep those days in my mind, a good place that I can visit to have warm memories and forget about time.
“When I dance I feel free” and then another song gets in my head, because once you’re on the stage you’ll never want to get out. But I did it and never looked back. “Once I am moving, I’m alright”, yes, I just need a song. I’m not a dancer anymore but I still know the moves… what I wouldn’t do to get those days back, I know I can’t but I’ll never lose the spirit that keeps me alive. Oh, how I miss those days! Well, I guess I just need to keep on moving to any rhythm and any song. I just need to keep on moving. I am dance, dance is me. I need music to set me free. Music and dance are my essence, my soul. I know it sounds lame, but it’s true.
Of course I’ll end it by paraphrasing another song, because I’ll never stop: “I wanna dance like it was the last dance of my life”. Would you join me?

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Será (?!)

   Em alguns momentos parece que você quer ficar por perto, em outros parece que prefere manter distância. Algumas horas chego a pensar que estamos recuperando a nossa conexão, em outras até acredito que é tudo coisa da minha cabeça. Não entendo o motivo de não pedir ajuda, é mais fácil se expressar do que guardar, quem sabe eu até poderia te ajudar. 
    Quando você está por perto, desejo sempre que as horas passem devagar, chega até a ser engraçado porque sinto que o mundo para de rodar, e as pessoas ao redor parecer evaporar. Depois não vejo a hora do momento da despedida, para que possamos nos dizer tchau, e então eu sentir o toque de sua pele e, com muita sorte, a maciez de seus lábios em meu rosto, como naquela canção "And the touch of your lips it's a shock not a kiss, it's electric twist" e é tão bom. Fica aquele gosto quando comemos um doce que nos deixa querendo mais. 
    Sei que devo apreciar com moderação, afinal, não quero me perder e acabar na solidão, já que muitas vezes pareço apenas um acessório, quando enjoa, sou substituído por outro que está na moda. Ainda não sei o que pensar e o que decidir. Vamos deixar assim, deixar o tempo nos guiar e o que tiver que ser, será. 

domingo, 23 de setembro de 2012

See you soon

     Como lembrança: a sua risada provocada por mim e por nossa colega Simba. Então eu apenas deixei que se afastassem e seguissem seus caminhos enquanto dei meia volta e segui o meu. Não foi um adeus, nem nunca será. A distância apenas separa o que é palpável, e além disso, podemos vencê-la. Logo será a minha vez de dizer "Até logo" para os que ficam. Passei em frente ao seu antigo lar, e um aperto gostoso veio no peito. A saudade que dói, mas que é a melhor dor do mundo, pois nesse caso ela significa que vivemos, aproveitamos e nos divertimos. E fomos felizes! E seremos mais ainda, aqui, ali, acolá, em qualquer lugar.
      Preciso agradecer por me ajudar a ser quem eu sou, estar onde estou e seguir por onde sigo. Manterei o foco porque eu sei que mesmo longe, estará de olho em meus passos para garantir que estou seguindo. E quando eu pensar em dar meia volta, sei que ouvirei a sua voz me dizendo "Mantenha-se em seu objetivo". 
      Não importa em que parte do planeta você esteja, irei te perseguir por todos os lados. Essa é nossa sina. Amizade que estava escrita nos céus. Como na tragédia grega não se pode evitar o destino, nosso destino é sermos amigos para todo o sempre e eu jamais pediria para mudar isso. Que destino maravilhoso.
      Como diz a letra daquela canção "It's not the end" e nós sempre tivemos a certeza de que não seria, não é mesmo? Até a próxima, meus queridos.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Cooking #fail


Here is the thing, leave your 10 year-old child alone at home. Add to this the message: “Mom and Dad will be very late, the food is ready and you just have to heat it up, like I taught you. Be careful with the fire, kisses.” Yes, we didn’t have a microwave back then (or it wasn’t so common, though), so I needed to play chef. Now put your brain to work and imagine a child with Bobby’s World in his head pretending to be a cook. It couldn’t work, right? Definitely!
The task was so simple, just put the pans on the stove and wait till it is ready. But no, the “fantastic” child would play the TV Show and would teach the audience how to prepare a delicious meal. Instead of just pretend cooking, this “marvelous” child would really add more ingredients to the food. Innocently, he served himself some of his “great meal” and when he tasted it, his mouth was on fire, he added salt, more salt to the food and ruined it. Oh my God, so now what? Yes, great idea genius! How to solve this puzzle? If he knew “The sound of music” at that time, he would start singing “A spoonful of sugar helps the medicine go down”, but he didn’t and this fact couldn’t avoid him really adding sugar to his dish. Result: I can’t even describe it and I don’t want to remember the taste of it.
He discovered the bittersweet taste, but in the worst and wrong way, because bittersweet is good, not his, the real bittersweet made by a real Chef. By the end of that day, the food was in trash and he was in bed, not grounded, because his parents never discovered his adventure, he was smart enough and threw that away, there was little food that even his parents couldn’t taste it, if it was something good. So he ate his delicious dish and later on he drank liters of water, like a camel. And the rest in the pans was now garbage. That very night, he discovered the obvious: he wasn’t born to be a Chef. Again, it didn’t stop him from trying a couple of more times.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Energia

Só precisava de um lugar para recarregar as energias.
Um lugar onde pudesse equilibrar as energias.
Sentiu-se bem, sentiu-se aliviado. 
Agora flutua. 
Até semana que vem? 
Quem sabe...

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O invisível

- ... e toda vez que eu sinto dor, eu fico com mais raiva pois é tudo minha culpa.
- Claro que não. Você não pode se culpar.
- Se eu tivesse agido diferente, nada disso estaria acontecendo.
- Mas aconteceu e você deve lidar com o que está por vir, e não com o que ficou para trás. Agora já foi.
- Eu sei. O pior é pensar que desde o começo eu poderia ter evitado tudo, se eu realmente gostasse de mim como eu adorava falar por aí.
- O importante é que as pessoas gostam de você, sempre gostaram e agora você está se gostando mais, não é? Ninguém vai te abandonar ou te jogar fora, como você mesma disse.
- Talvez, eu quisesse ter me jogado fora anos atrás, e por isso as coisas acabaram como estão. Eu me matei a cada dia que passou, não precisei me cortar ou tomar remédios ou me atirar em frente aos carros. Simplesmente fiz coisas invisíveis, mas que agora estão bem claras e qualquer um pode ver.
Madame Chá se retira da sala, mesmo tendo mais vinte minutos até o término de sua sessão. Ela mesma acabara de descobrir algo que por algum motivo escondera e acabou esquecendo (ou fazendo de conta que esqueceu). Agora tudo veio à tona e ela precisa lidar com o mais difícil, lidar consigo mesma. 
- Eu jamais superei meu problema, apenas fiz de conta que estava tudo bem e com isso eu me perdi - pensou - eu nunca me amei ou sequer me valorizei e agora a vida tratou de me obrigar a fazer isso. Será que não é tarde demais?
Ela precisa lidar com o invisível, os seus demônios internos, que ela mesma precisou despertar após tê-los deixado escondidos e repousando.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Um dia normal

"Tinha tudo para ser uma manhã normal, ocasionalmente algo diferente estava para acontecer. Algo bom? Depende do seu ponto de vista. Mas era algo que causaria e já vinha causando diversas mudanças em minha vida. 
Não era medo, nem tristeza, era algo pesado; aquela manhã me fez voltar à realidade e relembrar o verdadeiro motivo pelo qual tudo estava sendo diferente. Arrependimento? Talvez. Só que eu não mudaria nada do que fiz em sua vida, em momento algum. Confusão? Exatamente. As ideias ainda correm soltas em minha mente e está difícil de organizá-las. Vou conseguir, ah eu vou!"
Chá finaliza mais uma página em seu diário, e ficou ali a se fitar no espelho e a pensar se a sua vida tivesse tomado outro rumo, onde estaria agora? Não importa, o que é importante é saber o que fará de agora em diante. Termina de se aprontar e parte para mais um dia de sua vida.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Aventura (?) no Rio

Chegaram muito depois do previsto, mas ainda em tempo de fazer o check-in. Famintos e cansados, só queriam poder guardar suas coisas, comer algo, tomar um banho e aproveitar aquele domingo que seria livre. Mal sabiam eles que teriam que correr um bom pedaço do Rio de Janeiro atrás de novo abrigo. Ficaram por horas sem um teto. 
Tudo porque aquele hostel que já haviam reservado não era nada do que prometera, começaram descumprindo com a reserva. Tudo bem em algum deles ter que dividir quarto com estranhos, mas o banheiro que seria só deles estava sendo usado por praticamente o hostel todo. Aí já foi demais. Triliches mau colocados, quatorze camas num quarto que mal cabiam dez. Penitenciária agora?! E depois foi tudo se embolando até que se viram na rua, em Botafogo. Já passava das 16h quando finalmente foram almoçar após exaustivas quatorze horas de viagem. Enquanto comiam, caçavam novo hostel. Todos lotados por completo ou não havia espaço para todos eles, ao todo vinte alunos circulando pelo Rio de Janeiro.
Já estava escuro quando finalmente encontraram nova pousada, alívio. Aquele domingo que seria inteiro para passeios turísticos, tornou-se uma corrida contra o relógio. "Vamos dormir no ônibus galera!"
Não foi preciso, pagaram mais caro, mas finalmente estavam abrigados por toda a semana, ainda tiveram forças para curtir um pouco daquela noite de Copacabana, e no dia seguinte começavam as tarefas da semana. 
Pelo menos agora eles sabem onde ficam quase todos os "hostels" da redondeza. E ele pode, finalmente, conhecer mais um pedaço de sua família.

Lost

Finalmente ela conseguiu confidenciar algo que havia escondido de todos, até de si mesma. Mas agora que trouxe tudo à tona, como conviver com aquilo? Sua cabeça gira muito rápido e as ideias parecem se perder. Ainda precisa de mais tempo para se reajustar pois logo a vida volta ao normal.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Meu [quase] poema mínimo

Quando sinto o vento no meu rosto, 
eu simplesmente fecho os olhos e me deixo flutuar. 
Não sei explicar a sensação, 
não importa a estação, 
pode ser vento de inverno ou brisa de verão.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Um dia qualquer.

"Às vezes eu me olho no espelho para tentar lembrar quem eu sou ou um dia fui. Porque na correria do dia a dia, eu acabo esquecendo o que me tornei, por obrigação ou inconscientemente. Para evitar olhares de possíveis reprovações ou consolo, eu evito afastar os meus olhos da ponta dos meus pés, mas com cuidado para não dar de cara em algum poste. Quando muito, mantenho meus óculos escuros mesmo que o dia grite para que eu os guarde na minha bolsa tão escura quanto o céu lá fora. Todavia, parece que estou com a minha capa de invisibilidade e está melhor assim. Se os olhos são a janela da alma, meus óculos escuros são a cortina que eu uso para esconder o que guardo aqui dentro. Nem todos sabem, outros desconfiam e os que já têm conhecimento também esqueceram como eu esqueço, e tudo é tão normal como fora outro dia. É isso."
Então ela se levanta de sua penteadeira, herança de sua falecida avó, antiquada para o restante da decoração, mas com valor sentimental inestimável, um clichê, eu sei. Passa os dedos nos cabelos para dar o toque final ao seu penteado corriqueiro, e parte para mais um dia de sua vida.

domingo, 1 de julho de 2012

Apenas uma letra

Tudo agora parece ter ficado mais simples, pois descobriu-se que uma única letra pode fazer toda a diferença. A quarta na disposição alfabética, e que ficou famosa por fazer parte de um momento decisivo na história, ela também é responsável por nos ajudar a "fixar o sol". 
Com origem egípcia, significando "mão" e logo após adotada pelos fenícios, que passaram a chamá-la de "porta" e quando os gregos a pegaram, foi nomeada de Delta e recebeu a forma de um triângulo, a forma geométrica mais perfeita e que simboliza também o ternário Divino e é o símbolo do feminino.
Preciso dizer mais? Ah, preciso, agora ela tem mais um significado: esperança. Desculpe aí também os Professores de Português, mas agora eu digo que é D de amor, D de acreditar, D de novos dias virão...

                                    
image from: divalativia.com

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Regressão

E novamente ele subiu aquelas escadas, e na sua mente pareceu estar revivendo aqueles dias assustadores. Enquanto estava no carro, seus olhos se verteram em lágrimas. E se não voltasse como da última vez não voltou?! 
A cidade toda iluminada, mas ele só via as luzes passarem por ele, quando na verdade era ele quem passava por elas. E o medo, não, apreensão. Apreensão das próximas horas incertas. Horas que se tornaram nove, que pareceram um dia inteiro. 
Mas finalmente ele voltou, finalmente estava entre os seus novamente. 

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Unprintable


Comecei a escrever estas palavras tresnoitadas e cheias de ansiedades às 6:10 da manhã do dia 13 de Janeiro, uma sexta-feira. O sol já começa a despontar no horizonte róseo do amanhecer. Com o advento da aurora, mais e mais sons de pássaros podem ser ouvidos, seus pios, grasnados e cantos formando um coral sacro que entoa hinos de adoração ao novo dia que se inicia devagar. Dentro deste quarto, porém, a força que impera é a do descontentamento, este, ocasionado novamente pela eterna fonte de dúvidas e problemas que aflige o coração deste que escreve: o amor.
Dessa vez, não houve mágoa ou traição, muito menos desentendimento ou separação. Existe somente a angústia do incerto, a maldição do não-dito, a dor que se sente com frequência, em pequenas doses, mas que consegue ser mais vil e debilitante do que os males vindos de grandes impactos.
O que fazer em momentos assim, quando o objeto de tua paixão se encontra tão fraco e vulnerável quanto tu pensas ser, mas, ao contrário de ti, reluta em descobrir uma nova possibilidade, em se abrir e deixar com que esse novo sentimento seja criado, que essa nova centelha de esperança surja, combata as sombras e ajude-o a se curar?
E, por esse bloqueio, a quem atribuir a culpa? Ao que veio antes, por tê-lo ferido? Ao próprio rapaz, por ter entregado tanto de si que se submeteu à tortura? Ou a ti próprio, por ter se apaixonado perdidamente por alguém tão triste, maltratado e assustado quanto também és?
6:41. Os primeiros carros começam a se insinuar, correndo pelas ruas com seus potentes motores. Os pássaros continuam a cantar sua parte na grande Musica Universalis. O sono ainda não poderia estar mais longe desta cama, enquanto através da tinta de uma caneta, o notório coração noturno e insone continua a tentar encontrar descanso e sonhos derramando-se em uma folha de papel. Seu único alento é sua Arte. Arte esta que continua a ser tanto escudo quanto punhal, tanto abrigo quanto tempestade, tanto disfarce quanto espelho revelador.
7:02. A luz domina o exterior da casa. Finalmente os olhos vermelhos e lacrimejantes, cansados de tanto verter lágrimas começam a ceder. O corpo se alonga sobre o leito e, por debaixo do travesseiro macio, o plano dos sonhos inicia seus trabalhos. Que eles sejam bons. Algo por aqui precisa ser.

(Thèrese Nouvion)

sábado, 2 de junho de 2012

I'm a sinner... I like it that way!

Uma vida de excessos ou quase isso. Quero dizer, o começo da vida de excessos já que ele ainda tem um montão de vida pela frente. Agora ele só pode viver de um jeito só, até que descubra outros modos de seguir em frente. Escolhas feitas no passado que não o deixam arrependido e tampouco o fazem desejar ter vivido diferente. Tudo é uma questão de escolhas, e você só vai atrás daquilo que consegue suportar e carregar. 
Por vezes os olhares inocentes pesam sobre ele, olhares conhecidos e que não mudaram em nada, mas que por alguma razão parecem pedras sobre o seu corpo. Se ele nunca se importou com opinião alheia, agora parece que elas estão sendo atiradas em sua cara e ele vê a possibilidade de dar atenção, justamente quando menos deveria se importar e continuar. Talvez seja coisa da sua cabeça também. 
Algumas vezes os seus olhos estão pesados demais para subir e encarar alguém de frente, olho no olho. Até chega a pensar que perdeu toda a sua dignidade e caráter, que tudo não passou de uma farsa e que é um hipócrita. Em outros momentos pensa que, na verdade, é um verdadeiro Titã para suportar tamanho peso sem fraquejar. Mesmo não sendo tão religioso como costumava ser, tem horas em que acredita bem na parábola que diz que "Deus não nos dá um fardo maior do que podemos carregar". Modéstia de lado, ele está correndo maratonas agora e não está sentindo nada. Ao menos por enquanto.



quarta-feira, 23 de maio de 2012

Cereja, nozes e sopa

E aquele aroma de cereja e nozes o fez lembrar dos dias dourados e daquele banho quentinho. Acompanhado de uma noite "quase" fria em que uma sopa bem servida o deixou com lembranças daquele cantinho, parecia que estava provando um pedaço do dia. 
Com o seu prato ficando vazio, lembrava-se de que logo seria a hora de partir. Mas aquele sabor para sempre na sua memória, um sabor de amizade, de carinho, cumplicidade e eternidade. Um sabor indescritível que ainda é possível sentir. 
E então a lembrança de que são dias que se passaram tão depressa. Na verdade já contam um ano inteiro e a sensação é a de que foi outro dia. Risadas na madrugada daquelas pessoas na televisão, uma chuva que teimou em cair enquanto dançavam "locamente", uma vontade danada de procrastinar pela vida toda e ficar largado naquele sofá com a Loira Latina na TV e Loira Brasileira no sofá. Oportunidade única de conhecer o menino dourado, simpático, de olhos que hipnotizam. Mas ele precisava ir embora.
Vontade danada de ficar ou então levar todos com ele. Vontade de deixar a distância reduzida ao alcançar do braço, assim, simples, esticar e tocar a campanhia, a porta se abre e então aqueles dois sorrisos o recebem.
Cereja, nozes e uma sopa. Tão simples e capazes de lembranças tão complexas, fortes e duradouras. 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Crimson

Ao ver aquele vermelho-sangue, ela lembrou-se de que já não era mais a mesma. Quando poderia voltar a viver novamente? Quando poderia pensar em gostar de alguém novamente? Talvez fosse melhor ficar sozinha. Mas justamente quando decide viver por si só, é quando ela é abordada constantemente por outros rapazes. Alguns deles, antigamente, jamais se interessariam por ela. 
Por enquanto ela segue confusa, não sabe quando dizer a verdade ou se um dia dirá, mas não pode ser injusta com o próximo que resolver ficar ao seu lado, se ele aparecer. 
Neste momento ela saiu de cena e os vizinhos estranharam, não mais viam movimentação naquela casa estranha. Que será que havia acontecido com aquela moça misteriosa? Mistério este que todos insistem em chamar assim, porque na verdade todos já sabiam de quase tudo, mas preferiam manter em silêncio. Agora todos se perguntam: por onde anda Madame Chá? Todavia, ninguém se atreve a tocar a campanhia.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Sou ruim se eu quiser

Posso ser muito desagradável quando eu quero
Posso ser extremamente arrogante quando eu decido
Posso ainda ser muito mau se assim eu desejar
Porque tudo isso é minha escolha
E não a minha essência


Quem me conhece sabe que
Posso ser engraçado, mas é natural
Posso ser simpático e é espontâneo
Sou muito paciente, acredite
Mas é que você não quis ter o melhor de mim


Quando você me provoca e desrespeita, então, eu me transformo
No que eu quiser
Ou decidir
E desejar

sábado, 28 de abril de 2012

Aqueles dias

Foram três dias que pareceram semanas ou meses. Ele ainda lembra daquela sensação ruim de ver indo embora as pessoas que ele mais queria ter por perto. Os dias, apesar do sol, eram sempre cinzas. E aquelas luzes, todos os dias as luzes passavam por ele, mas era ele quem passava por elas. 
Aqueles corredores, aquelas pessoas, todos estavam ali para ajudar, mas ele só queria era ter outras pessoas por perto. Só chovia lá dentro e ele queria era o sol lá fora, mesmo odiando o sol. 
Agora parece que os dias sempre são ensolarados, mesmo quando chove. Parece que tudo aquilo ficou no passado literalmente, mas vez ou outra quando a cabeça está vazia vem aquela sensação, vêm aqueles dias cinzas, mas ele trata de mandar tudo para longe. E assim será para sempre!

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Devolva a minha vida

Eu quero a minha vida de volta. Quero minha privacidade de volta. Quero o sossego de volta.
É pedir muito?


O pior é o que o mais capeta é o mais querido pela maternidade.


Go away, it'll better for everybody!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Almost


Eu escrevi isto em 2009, por conta de um acontecimento triste e só agora tive coragem de publicar.

Por um tempo tivemos você aqui
Por um tempo você existiu
Você quase pisou neste mundo
E dormiu nestes braços
Só mais alguns meses, mais alguns meses
E poderíamos ter você aqui

Quero acreditar que não era a hora
Quero acreditar que existe a vontade de Deus
Quero acreditar que exista uma razão
Para ter acontecido

Talvez você tenha preferido tomar conta da gente
Mas ao seu modo
Talvez você possa trabalhar melhor, nos olhando
Aí de cima
Talvez até esse mundo não merecesse
O seu sorriso
Eu acredito, eu quero acreditar
Que as coisas acontecem por uma razão

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Oh my God

E a história se repete. Essa safada volta ao Brasil em Dezembro. Ingressos à venda logo logo e meu coração, e meu coração como fica? "Like a boy gone wild".

Image from: static.guim.co.uk

terça-feira, 10 de abril de 2012

Devaneios

E ele acorda constantemente no meio da noite, assustado. As luzes, aquelas malditas luzes que não param de passar. E os sonhos, aqueles sonhos estranhos onde ele volta para aquele lugar solitário, onde as luzes estão.
Medo, palavra que o assombra vez ou outra, porque as coisas parecem bem agora, mas podem ser que não seja assim para sempre. Medo de viver pouco, quando quer viver muito.
Acorda assustado e com medo. As luzes que ele não quer ver, nunca [e] mais.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Caim e Abel

E eu finalmente descobri o verdadeiro motivo de Caim ter matado Abel. Ciumes?! Nada disso. Foi raiva, muita raiva. Porque Abel era boêmio, e fazia bagunça com os amigos quando Caim tentava dormir para levantar cedo no dia seguinte e trabalhar. Abel ainda deixava a casa uma bagunça só e para piorar tudo, usava as coisas de Caim para entreter os amigos. Ora, se vai fazer sua orgia, que use o que você tem. Fica fácil agradar os amigos com as coisas dos outros não é mesmo?
Caim não aguentava mais ter que dividir aquela choupana com o seu irmão e, ainda mais que na ocasião da véspera do assassinato, Abel ficava entrando e saindo, sem o menor cuidado para evitar o ruído da porta. Caim exausto não conseguia dormir e já estava perdendo o controle com tanto barulho. Esperou finalmente Abel dormir e... se vingou. 
Pronto, tudo resolvido. Agora suas coisas vão continuar no lugar, inteiras e preservadas, poderá dormir o sono dos justos e não precisará mais gritar por privacidade.

image from: tambemfalho.com 

sábado, 7 de abril de 2012

All I want


We don’t need to hurry, let us be
But I need to tell you that I miss you so much
But my missing is worst because I have you by my side but I can’t touch you
We’re so close everyday but I can’t feel you
Saying ‘hi’ is not enough

Your lips
Your arms
Your skin
That’s all I want
Your voice
Your smile
Your touch
That’s all I feel
But I can’t have it

Dazzling eyes and hunger lips
Looking at you makes me hung over
I’ll look around just trying to find you in the crowd
When I pick you out the sun comes out
Everything seems so simple but
Kissing your cheek is not enough
I don’t want to say goodbye

Your mouth
Your body 
Your tight hands
That’s all I want to feel
Your voice
Whispering in my ear
That’s all I want to have
I want you all
But I can’t have it

domingo, 1 de abril de 2012

Who makes you feel

Não me importo se você chegar em casa tarde
E não pergunto onde você esteve
Presumo que se tiver algum problema, você me diria
Mas escute e pense no que eu digo


Quem te faz sentir do mesmo jeito que eu faço?
Quem te ama e te conhece como eu?
Quem te toca e te abraça como eu?
Quem te faz sentir do mesmo jeito que eu faço?


(Dido - Who makes you feel)

sábado, 31 de março de 2012

A primeira resenha a gente nunca esquece

A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS - MARCOS ZUSAK
(resenha para disciplina de produção de textos na faculdade, em 2009)

“Quando a Morte conta uma história, você deve parar de ler.” Essa frase impera solitária na contracapa, escrita em um tom de vermelho que contrasta com o fundo branco e que discretamente nos dá uma ordem: NÃO LEIA. Tudo o que é proibido nos desperta certo interesse, e com uma “advertência” dessas não seria diferente. Aguçando a nossa curiosidade, nos faz mergulhar nas páginas desse romance.

Markus Zusak, munido de um lirismo encantador, nos conta a história de Liesel Meminger, que foi adotada por um casal pobre para fugir do Nazismo na Alemanha. Com isso seu novo endereço passaria a ser a Rua Himmel, na cidade de Molching, que ficava além dos arredores de Munique. A novidade fica por conta de nossa anfitriã, a Morte. Será ela que nos guiará durante toda essa narrativa. A ceifadora de almas se encontrou por três vezes com Meminger, e nesses três encontros ela conseguiu sair viva. Impressionada com tamanha façanha, a Morte resolve nos contar sua história.

Polidamente, como toda boa anfitriã, a ceifadora se apresenta. Logo depois nos introduz à menina roubadora de livros que até o presente momento era apenas uma menina. Acompanhada pela mãe biológica, a pequena Liesel e seu irmão de seis anos seguem de trem ao encontro da nova família. Mas por um infortúnio, após um acesso de tosse, o menino acaba falecendo durante a viagem. O garoto foi enterrado ao lado da linha férrea, o chão totalmente coberto pela neve e graças ao descuido de um jovem coveiro, Liesel estaria prestes a se tornar a roubadora de livros. Pois jazia ali na neve, aquele ponto preto que quase passou batido aos olhos de Liesel, O Manual do Coveiro. Algo inexplicável a fez querer pegar aquele livro, mesmo ainda sem saber ler uma palavra sequer.

Os novos pais de Liesel eram Hans e Rosa Hubermann. Ele um pintor desempregado e ela uma dona de casa rabugenta. É possível aos poucos se acostumar com o jeito de Rosa e compreender sua estranha forma de demonstrar amor, mesmo muitas vezes parecendo que ela não tenha coração. Esse efeito é totalmente contrário com Hans, é fácil se apaixonar por ele quase que de imediato. E é também o próprio que ensina Liesel a ler. Como na noite em que ele descobre O Manual do Coveiro escondido embaixo do colchão de sua filha. Após um curto diálogo com ela, os dois decidem ler o livro. Claro que foi Hans quem o leu, e a partir daquela noite decidiu ajudar sua filha a ler. É bom ressaltar que a Rua Himmel, na tradução mostrada pela nossa narradora, significava céu. Fazendo uma análise do contexto, é um interessante jogo com as palavras, pois Liesel havia se mudado para essa rua justamente para fugir dos terrores do Nazismo, enfrentou a morte do irmão e teve que se separar da mãe, sem saber se a mesma ainda estava viva ou não. Mesmo a rua não sendo um paraíso na Terra – feito impossível, ainda mais ao se tratar de uma guerra –, fica claro o contexto de “salvação”, uma vez que a garota foge do inferno e se dirige rumo ao céu, mesmo que esse céu seja apenas o nome de uma rua.

Liesel escondia O Manual do Coveiro embaixo do colchão e vez ou outra o tirava de lá, e ficava segurando, fixando o olhar naquela capa preta, nas letras ali impressas. Como ainda não sabia ler, não fazia a menor ideia do que estava escrito ali, e isso nem tinha tanta importância. O mais importante para ela era o significado do livro, pois foi a última vez que tinha visto seu irmão e sua mãe. A descoberta do Manual feita por Hans aconteceu numa noite em que Liesel desperta de um pesadelo e acaba fazendo xixi na cama. Ao retirar o lençol, o livro acaba vindo junto com o tecido e vai ao chão. Por fim, tornou-se um hábito as visitas noturnas do pai ao quarto da filha, momentos de calmaria e ternura que preenchem o vazio criado pela guerra.

Com isso Liesel descobriu algo novo: o mundo das palavras. Um mundo que a ajudaria a sobreviver em uma realidade inconstante, uma vida que parecia sem futuro. As palavras eram tão fortes e significativas em sua vida, que Liesel ainda roubaria outros livros no decorrer de toda a história, uns da mesma forma como foi o seu primeiro furto e outros de forma descarada. Como fazia ao roubar da biblioteca da esposa do Prefeito. A dona da biblioteca sabia dos furtos e propositadamente deixava a situação favorável para a menina. A esposa do prefeito foi uma das melhores amigas de Liesel, e que ela demorou a perceber como tal.

Outros personagens também foram fundamentais em sua vida. Como o garoto Rudy Steiner, seu melhor amigo e namorado que nunca teve. De extrema importância foi também a amizade que teve com o judeu do porão. Hans prometeu a um amigo que o ajudaria sempre que precisasse, e o momento era esse. O filho desse amigo de Hans era o judeu Max, que também fugiu de toda a perseguição na Alemanha e foi parar ali na rua Himmel, no porão dos Hubermann. Era um amigo e ao mesmo tempo um fantasma. Ele não poderia ser visto por outras pessoas e Liesel sequer poderia falar dele para alguém, muito menos para Rudy. O aparecimento de Max na história nos dá mais ânimo, mostra uma Liesel mais empolgada e preocupada. Tanto que ela zelou pelo judeu do porão enquanto ele estava adoecido. Ela verificava todos os dias se ele respirava. Sem contar que causou uma mudança no humor de Rosa, ela estava menos irritada.

Enfim, essa é uma obra rica em sua narrativa. Markus Zusak deixa a história saborosa aos nossos olhos, nos faz parecer uma criança solta em uma loja de doces, querendo devorar cada página. As metáforas usadas a deixam mais leve, como quando o autor diz que “as árvores usavam cobertores de gelo” ou “o avião ainda tossia. A fumaça vazava de seus dois pulmões”. E o foco desse livro é o poder das palavras, que podem ajudar e derrubar, construir e destruir. Palavras que fizeram de Liesel Meminger viva. Palavras, que semeadas pelo Führer, também moveram uma nação e seus partidários, palavras que quase dominaram o mundo. Meminger usaria as palavras que saltitavam de seus livros para acalmar a todos que se encontravam no abrigo durante os bombardeios. Essa sua façanha e intimidade com as palavras, fez com que Max escrevesse uma pequena história inspirada na menina e depois daria de presente a ela e mais tarde a própria Liesel escreveria a sua.

Enfatiza-se a importância das palavras na vida de Liesel e brilhantemente tal importância é retratada na história criada por Max. Foi a leitura e sua fome por ler que pôde manter a pequena Meminger esperançosa e acreditando que alguma salvação era possível. Ler era a sua fuga. E definitivamente as palavras deixaram a nossa Liesel viver. 

quarta-feira, 28 de março de 2012

O menino que queria voar


Era uma vez um menino que queria voar
Pegou uma cadeira e lá de cima foi saltar
Poft! Caiu com a cara lá no chão


Mas ele não desistiu e novamente foi tentar
Dessa vez subiu no telhado, altura queria ganhar
Poft! Caiu de novo, levou um tombão


Um tempo depois das ataduras retirar
Ele persistia com a ideia: queria voar
Plim! Caiu como um raio a solução


Depois de tantas vezes tentar 
Ele finalmente conseguiu o desejo realizar
Ele só teve de fechar os olhos e então a imaginar, plim!




segunda-feira, 26 de março de 2012

Uma exceção


“Mas o que você faz aqui ainda?”
Foi com essa frase que desencadeei tudo. Eu estive ali no camarim o tempo todo, ajudando com figurinos e maquiagens, com avisos de horário e com minhas seletas frases de encorajamento. Atores, atrizes: seres mais histéricos e carentes de atenção eu nunca vi. Ao final, todos estavam prontos para ascender ao palco e dar início ao espetáculo de mentiras coletivas. Todos, menos um.
- Não entendi o porquê da enrolação. Vamos, todos já subiram.
Seus olhos verdes, quentes como as águas do Caribe, porém tão erráticos e enganosos como as grandes ondas da mesma região, me fitavam com ardor. No rosto ele portava um sorriso dúbio, uma expressão que eu não sabia como classificar, mas que provavelmente se encaixaria entre o desejo e a crueldade. Com uma mão ajeitou os fios de cabelo dourados que pendiam em sua testa, enquanto se movia lentamente em minha direção. Aquela visão me atordoava, me fazia tremer, deixava minha visão turva e minha respiração pesada. Logo eu, que sempre me considerei tão sensato, tão cerebral... Estava ali, quase paralisado, talvez por medo, talvez por fascínio.
Sem proferir uma única palavra me envolveu em seus braços, e antes que eu pudesse protestar cobriu minha boca com a sua. Juro que podia sentir como se ele tivesse tocado meus lábios com uma escaldante brasa, que violentamente os havia selado para todo o sempre. Embora ele me tocasse com delicadeza, eu me sentia como uma presa sendo estraçalhada viva por um predador maior. Seu corpo todo emanava a selvageria de um grande felino, sua boca asfixiante e sua língua invasora tinham gosto de mel e sangue. Meu sangue.
Agora havia entendido o porquê da demora; ele me queria sozinho, desprotegido, completamente sem saída. Senti-me desejado, como se ele finalmente houvesse descoberto a real extensão de meus sentimentos e resolvido retribuir a seu jeito. Com uma piscadela e um meio-sorriso me soltou e correu em direção às escadas. Fiquei ali no camarim por mais alguns minutos, tentando pensar se estava bem ou mal, se naquele momento eu tinha sido amado ou brutalizado. Mas será que isso realmente importa? Não sei. Tudo que sei é que isso que sinto agora não tem um nome.
(Thèrese Nouvion)

domingo, 25 de março de 2012

A tal Literatura Paranaense

Alguém me explica por que eu preciso estudar (obrigatoriamente) esta matéria? Orgulho de ser paranaense? Não. As obras não são relevantes e insistem em nos fazer descer goela abaixo o que chamam de Literatura do Paraná. 
Até agora só vi poemas e mais poemas, palavras de baixo calão, alguns endereços antigos e biografias. Continuo achando que não tem nada demais, continuo achando uma porcaria, continuo não valorizando. 
Não conhecia, não gostei, não gostarei e não vejo a hora de acabar o semestre para me livrar dessa disciplina.

Que vire optativa, sempre tem gente querendo estudar isso, mas não eu.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Uma noite fria

Eles passaram pelas portas de vidro, a moça virou-se para eles e disse:
- Podem se despedir de seu filho aqui.
O garoto abraçou seu pai, sua mãe e seu irmão. As lágrimas não puderam ser evitadas e ele só queria poder ter tido a força de contê-las e não deixar a situação pior do que já estava. A moça ofereceu-se para levar a sua mala, e caminharam pelo longo corredor. Ele nem sequer ousou olhar para trás, seria muita tortura ver aquela parte da sua família que estava ali, parada e impossibilitada de mudar aquele cenário.
Entrou no quarto, a moça despediu-se e fechou a porta. Ele apagou a luz, sentou-se numa poltrona e chorou muito mais. 
Aquele quarto escuro e vazio, as cortinas abertas deixavam que ele pudesse ver as estrelas, suas companheiras naquela noite insone. Suas lágrimas foram interrompidas por uma batida na porta:
- Com licença, está precisando de alguma coisa? Mais um cobertor ou travesseiro?
Neste instante, o rapaz percebeu que o ocupante daquele quarto chorava.
- Mas porque estas lágrimas? Vai dar tudo certo. Precisa de alguma coisa?
- Só queria comer.
Já passavam das 2AM. O rapaz saiu e ele repetiu em voz alta para si mesmo, em tom de zombaria:
- "Vai dar tudo certo"... se ele soubesse. 
- Vou até a cozinha ver o que posso fazer.
Minutos depois ele regressa com uma bandeja com biscoitos, chá e umas torradas. 
- Se precisar, é só chamar.
Ele sorriu em resposta. E voltou-se para o pequeno lanche. Cada mordida vinha acompanhada de soluços e mais lágrimas. Uma competição, mastigava e soluçava, mastigava e soluçava. Deitou, mas não queria dormir. Levantou-se e foi até a janela, abriu e sentiu aquele vento gelado da madrugada balançar seu cabelo e refrescar o seu rosto, ele fechou os olhos e viu seus familiares na recepção, parados, sem ter o que dizer, sem ter algum outro gesto a não ser o de ficarem lá, talvez petrificados e observando enquanto ele se afastava. Pensou também que não deveria ter recusado em falar com suas irmãs ao telefone mais cedo, ouvir suas vozes seria o melhor acalanto naquele momento. Deveria ligar? Hesitou, não queria acordá-las e não conseguir dizer nada a não ser chorar do outro lado da linha, e talvez deixá-as preocupadas.
Ali, os três: pai, mãe e irmão provavelmente também choraram enquanto viam o rapaz sair pelo corredor e virar à direita e desaparecer. Talvez, enquanto os três se voltaram e passaram pela porta de vidro em direção ao carro, também chorassem ou talvez tentassem não mostrar a tristeza que os assolava para que pudessem, juntos, ficar fortes. 
Ele abriu os olhos, virou-se e encarou aquele quarto vazio, luzes apagadas que só deixavam aparecer uma única cor, o cinza. Em algum momento ele voltou para a cama e adormeceu. 
E as luzes, continuavam a passar e passar. Na realidade, era ele quem passava por elas.

quinta-feira, 1 de março de 2012

After the rain


Image from: betterphoto.typepad.com

I like the smell of the city
The lights reflecting on the street
After the rain
I like the breeze through my hair
And hearing soaked steps
After the rain

I know it sounds crazy
But it makes me feel like dancing
I don’t want to go home
All I need is to be on the streets
Feeling the energy
After the rain

Waking up is never easy
When I look through the window
It’s raining
Later on I’ll feel better for sure
Because I know I’ll be on the street
After the rain
I like to see the droplets on my window
It’s good to see the pavement all wet
After the rain

You’ll think I’m crazy
But all I want to do is dance
After the rain
I don’t want to go back home
I want to hanging around with my friends
After the rain

I feel blooming
I feel happy
It’s not singing in the rain
Because I’m all concerned about
After the rain

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Palavras sob encomenda

Image from:  olhares.uol.com.br   
Minhas palavras foram encomendadas, mas elas não souberam como se comportar. Saíram correndo e minha mente ficou vazia.  Aos poucos elas foram voltando, mas apenas pude criar rimas pobres como amar e coçar, sentir e fingir. Então eu decidi esperar que todas voltassem para casa para termos uma boa conversa, para podermos produzir um texto que interessa, mas como está calor à beça, elas resolveram tirar uma sesta. Reunião adiada, palavras, vamos descansar e depois pensaremos no que iremos publicar.     

(ih, voltamos às rimas pobres, hora de desligar).


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

What are you looking at?


Ah não! Será que terei de fazer contagem regressiva mais um ano? Eu aguento? Reza a lenda que Madonna fará shows no Brasil em Dezembro e já tem data marcada.
Prometo tentar fazer a contagem regressiva somente cinco dias antes do show, ok? Da vez passada eu entupi este blog de postagens sobre Madonna, mas quem é fã entende a euforia. Não é um show qualquer e não é uma artista qualquer, é a MADONNA. 
Não quero criar expectativas, mas se o Superbowl foi daquele jeito, imagine como pode ser a nova turnê. Agora é ficar esperando por mais notícias. 

L-U-V MADONNA

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Um de nós

Lá foi ele ao local indicado. Assim que chegou, reconheceu o ambiente típico de lugares como aquele. Pessoas com expressões estranhas, que exalavam todas as podridões que elas tinham. Ele olhava ao redor e sentia-se num submundo, parecia que todos estavam sujos, de algum modo tóxicos e olhavam para ele com um olhar estranho. Foi quando ele se deu conta de que na verdade era um olhar de "bem-vindo, agora você é um de nós". 
Era verdade, agora ele é era um deles. Não fugira às estatísticas.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Smoking in the dawning

Here I am, on the floor in my room. After a regretful smoking (damn I need to quit), it still dark outside and I could see the stars. Alanis just sang to me "the only way out is through" and now I got what it means. I'm working my "through", sometimes it gets hard to go by, but I know I must try. 
A sad tear drops, and then I realize 'what am I sad about?'. I can't find the answer right now. But reasons I do not have, because I have terrific friends and a lovely family and they're helping me out in their own manners.
I am tired, that's it. Tired of having to pass through it all again. I can't stand those lights passing by me, ops, I forgot, it was me that was passing by them. But I'll find my way out and I know that the only way is through. 

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O sonho

Este sonho aconteceu em algum momento entre os três meses finais do ano passado.

E lá estavam eles, sentados na mesa de um bar como bons amigos costumam fazer. 
- Preciso ir ao banheiro, volto já.
Mas quando ele voltou, os amigos haviam sumido. Simplesmente foram embora, deixando-o para trás. Ele não conseguia entender porque os amigos fizeram aquilo. E ainda mais aquele amigo em especial. Desolado, permaneceu mais um pouco no bar e logo foi embora. 
Como não comandamos os sonhos, neste ele estava indo tomar um ônibus, a noite estava agitada e era o único modo mais rápido de se chegar em casa. Enquanto esperava, o seu amigo aparece para pegar o mesmo ônibus, só que estava com outra pessoa e ignorou totalmente a presença dele. 
Entraram naquele ônibus e ele observava o amigo cheio de carinhos com o outro. De súbito, o amigo começa a passar mal, cai no chão e o acompanhante fica só olhando ao invés de agir, logo vira as costas e sai de fininho. 
Ele gritava, implorava para alguém ajudar o amigo, mas todos pareciam surdos e só olhavam enquanto ele se contorcia de dor. Sem hesitar, correu em direção ao amigo e tentou fazer de tudo para ajudar. Ali em seus braços, o amigo começava a se acalmar daquelas convulsões malignas, enquanto ele fazia o possível para curá-lo, como se fosse capaz de executar um milagre. 
O sonho acaba aqui, ele acordou com a imagem do rosto dele, que era sereno e parecia dormir confortavelmente em seus braços. Sem dor, apenas feliz e, agora, descansando.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O quarto selo.

Parece até profecia né? Calma, não é nada disso. 
Eu fui presenteado pela deliciosamente adorável Rafa e seu Rafaelando, com o selo "Meu blog é apaixonante". Agora eu preciso repassar este selo para 10 outros blogs que eu considere merecedores dessa dádiva. 
Rafaelando é um blog de tudo um pouco. Confissões de uma dona de casa, dicas de moda, comparações do que estava em voga antes e nos dias de hoje (viva a Capricho), histórias engraçadas... é uma delícia!
Ainda preciso pensar nos eleitos. (Será que vale ping-pong e devolver o selo à querida Rafa?).

Muito obrigado por me presentear com este selo. ^^


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Estrela, Diabo e Louco


A Estrela mostra que existe esperança.

O Diabo invertido mostra que mesmo existindo esperança, ainda há uma relação ruim te atrapalhando.

E o Louco mostra que, valendo-se da esperança e da liberdade, você pode romper com o antigo e iniciar uma vida amorosa nova ou reanimar uma chama antiga.




Guardado para consulta futura.

Bruised but not broken

Se eu tivesse colocado trechos dessa canção e não colocado autoria, muitos acreditariam cegamente que fui eu mesmo quem escreveu. Por quê? Bem, vamos dar uma olhada na letra e você entenderá. A canção, na realidade, fala de amor (ou a falta dele). Mas no meu caso, outros trechos são bem propícios, e por isso parece que foram escritos para mim ou por mim. Principalmente o refrão que eu destaquei. Yea, I'm bruised but not broken.


Been alot that I've been through
I've cried a tear a time or two
But that ain't enough to break me
Cuz I'll rise above it
And I'll pick myself up
And I'll dust the pain off my heart


And I'll be alright
And the wounds will mend
I'm bruised but not broken
And the pain will fade
I'll get back on my feet
It's not the end of me
I'm bruised but not broken


Been alot of tears stained nights
I thought the tears were here for life
The hurt came on and held on tight, yeah
Took a chance, I took a fall
But I won't be down on my knees


Gonna pick my heart up
Take my life back shake the hurt away
Pull myself together, put the pieces back in place
I'm bruised but not broken


Se quiser ouvir a versão inteira dessa canção da Joss Stone, clique aqui.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Unsaid

When I was with you I couldn't show my feelings, at least, not completely. I was afraid of putting you on the spot and made you to choose between me and the other. On the other hand, by not showing myself completely, I could have you thinking that I was just killing time and having some silly fun. It wasn't only a sexual thing or just because you are fucking beautiful, I did have deep feelings for you and I still have, but now I must walk away from you, from you lover not you friend.
At this moment, doing that, walking away, I feel like I am corroborating your likely thoughts that I didn't feel anything at all, as if I just wanted your body. When the truth is: I'm broken. Saying good-bye was never easy, ending us is difficult even though we didn't even start us. 
I missed you, I miss you and I'll miss you but I must and I will forget all those memories of you, I have to. 
I just need to make you sure that I wasn't playing around, I was with you because I liked you. I'm not with you, but I still like you. I just need to be away... you know why. You made your choice and it forced me to make mine.

Miss you!
Me.