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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Um dia qualquer.

"Às vezes eu me olho no espelho para tentar lembrar quem eu sou ou um dia fui. Porque na correria do dia a dia, eu acabo esquecendo o que me tornei, por obrigação ou inconscientemente. Para evitar olhares de possíveis reprovações ou consolo, eu evito afastar os meus olhos da ponta dos meus pés, mas com cuidado para não dar de cara em algum poste. Quando muito, mantenho meus óculos escuros mesmo que o dia grite para que eu os guarde na minha bolsa tão escura quanto o céu lá fora. Todavia, parece que estou com a minha capa de invisibilidade e está melhor assim. Se os olhos são a janela da alma, meus óculos escuros são a cortina que eu uso para esconder o que guardo aqui dentro. Nem todos sabem, outros desconfiam e os que já têm conhecimento também esqueceram como eu esqueço, e tudo é tão normal como fora outro dia. É isso."
Então ela se levanta de sua penteadeira, herança de sua falecida avó, antiquada para o restante da decoração, mas com valor sentimental inestimável, um clichê, eu sei. Passa os dedos nos cabelos para dar o toque final ao seu penteado corriqueiro, e parte para mais um dia de sua vida.

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