Dia 31 de Dezembro de 2008.
23:05h- Ele entra no banho, ainda não sabe o motivo pelo qual está se arrumando.
23:22h- Sai do banho, vai ao ritual dos perfumes. E continua a se perguntar para quê serve tudo aquilo...
23:30h-Ele já está arrumado e a TV passa a apresentar o super [me mate] show da Virada [cruzes!].
Ah sim! Ele se lembrou que dia era e porque ele estava se arrumando, mas a outra pergunta: pra ir aonde?
23:40h- Ele decide sair de casa, se dirige a algum lugar que ele ainda não decidiu. Apenas segue a multidão que ele enxerga pela rua. Onde todos estariam indo?
Ah claro! Estão indo ver os fogos à beira-mar. Ele vai ver os fogos ou vai ao encontro de sua família que está também à beira-mar, mas trabalhando e muito?
Faltam dez minutos e ele nem está na metade do caminho, ele apressa o passo. Vira na próxima esquina e já faltam somente cinco minutos. Ele agora é mais um no meio daquela multidão, pessoas casadas, famílias inteiras, pessoas sozinhas, assim como ele. Se deixou levar por elas.
Agora só faltavam mais três minutos, a areia estava há poucos metros, mas ele ainda não estava lá. Então ele pôde ouvir "Feliz Ano Novo", e ele pensou "mas já?!". Perdera a noção do tempo, e já era meia-noite em ponto, quando ele resolveu olhar o relógio, e ele ainda não estava lá.
Quando finalmente chegou as areias, viu pessoas olhando o céu, não viu ninguém feliz, todos bêbados, em transe, olhando para algum lugar. Ele olhou também, e nada viu.
"O que estou fazendo aqui?", pensou ele. As pessoas o olhavam e também se perguntavam "O que ele faz aqui?", ele não pertence àquele meio, àquelas pessoas.
Ele anda, contra a multidão, um mar de gente andando e um mar de gente parada! Mas ele atravessa, ele vai. Chega ao destino, e avista sua família toda ali dentro, trabalhando, ele começou a chorar, e passou reto. Não queria que o vissem chorando, ele não estava triste e nem tão feliz, mas não sabia porque essas lágrimas teimavam em cair.
Respirou fundo, então entrou no estabelecimento, cumprimentou seu pai, sua irmã, o cunhado e avistou a mãe solitária nos fundos. Foi até ela, não queria chorar. Então deu um abraço forte nela, e não conteve as lágrimas ao sentir a mãe soluçar em seus ombros. Ele só conseguiu dizer:
-Sucesso... para nós!
A mãe apenas assentiu. Sim! Eles precisavam de sucesso, cada um ao seu modo, cada um no seu caminho, mas eles precisam e muito de sucesso.
Ao desejar Feliz Ano Novo, tudo acaba, tudo volta ao normal, aquele espírito de inovação e alegria acaba, ao proferir a última sílaba desse encantamento. A vida continua, apesar de nova (?).
Será esse ano.. novo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário