Eu não sou crítico de cinema e muito menos vejo filmes assim: “oh, a direção de arte está belíssima”, “oh, a fotografia está incrível”. No máximo eu digo “gostei da trilha sonora e os atores foram bons”.
Constantemente eu penso que tudo aquilo de que gosto, as pessoas odeiam e vice-e-versa. Falta senso crítico em mim? Talvez. Eu gosto mesmo é da experiência, se está me fazendo bem ou não. E assim eu fui assistir a um filme chamado “The Veil” (em português ficou “A Seita”), tem na Netflix para os curiosos.
https://gruesomemagazine.com/2016/01/27/the-veil-2016-much-ado-about-nothing-much-at-all/ |
Confesso que meu critério para escolher um filme geralmente se baseia em quem está no elenco, não por qualidade do ator, mas por empatia minha. Adoro Penélope Cruz, Natalie Portman, Angelina Jolie, Julia Roberts, Nicole Kidman (a lista é grande), se vejo seus nomes na capa de algum filme, vou atrás. E aconteceu que Jessica Alba e Lily Rabe estrelam este filme (Jessica tem me decepcionado um pouco, confesso).
Outro critério é favoritismo. Adoro filmes de terror e suspense, não pelos sustos, mas pela tensão. Aí entra a questão da experiência: filmes destes gêneros me conquistam quando me prendem psicologicamente. Sustos aleatórios e gratuitos não me convencem mais. Sangue jorrando (cenas de nojeira, como eu costumo dizer), tampouco. A propósito, eu nem me assusto mais nestes filmes, pois são muito previsíveis.
No caso do “The Veil”, em determinada cena havia um cadáver em decomposição, as pessoinhas que encontraram o corpo acabaram cobrindo com um plástico branco. Então a protagonista (Lily) fica ali, sentada, olhando pro cadáver (sozinha, óbvio) e falando coisas. Eu pensei “este corpo irá se levantar em 3, 2, 1...” e não deu outra. Susto? Não em mim.
https://www.pophorror.com/review-the-veil-2016/ |
Se eu gostei do filme? Sim, gostei (esperando a enxurrada de pessoas dizendo que o filme é uma porcaria). Mas por que eu gostei? De fato, o filme não é bom, têm cenas um pouco forçadas, fracas demais, porém o interessante para mim foi a história mesmo, pegaram um fato “real” (existiu uma seita chamada Heaven’s Gate, a do filme é Heaven’s Veil) e inventaram uma explicação/continuação para aquele suicídio coletivo que ocorreu. E foi aí que eu gostei. Mesmo sendo uma coisa muito alucinógena, a ideia me agradou. Uma coisa meio “The skeleton key”. Eu assistiria ao filme novamente? Talvez.
Eu sinto falta de filmes como “The others” e “The conjuring”, em que o terror/suspense é sugerido e não escancarado, pois odeio quando fica aparecendo a assombração. Eles tentam deixar a criatura medonha, mas fica muito artificial. No Invocação do mal (The conjuring), pelo menos na primeira parte do filme, você fica super tenso, pois nada é visto, você apenas ouve barulhos (e não é assim que acontece conosco na maioria das vezes?). Aliás, nada contra filmes de susto e assombrações medonhas, até assisto. Mas eu já sei o que me aguarda em cada cena.
“The Veil” ou “A Seita”, como preferir, decepciona por ser um filme mal executado, mas mesmo assim me conquista por sua história (mesmo que apresente algumas falhas), pois me mostrou algo que estamos vendo o tempo todo, o fanatismo religioso, a crença de que um líder detém todo o poder e sabedoria, fé cega que levou e leva pessoas a fazerem coisas absurdas, como morrer ou matar, acreditando que terão vida eterna, etc., etc., etc. A propósito, o ator que faz o líder religioso (Thomas Jane) está de parabéns por sua atuação. E Lily Rabe nem preciso comentar.
https://nevermore-horror.com/the-veil-review/ |
Vale a pena ver o filme? Digo que sim. Mas ele não irá causar nenhum impacto em sua vida. Falar em impacto, lembrei do “The Poughkeepsie Tapes”, mas isso fica pra outra hora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário