Eu não fiz uma pergunta, eu afirmei. Como posso estar tão certo disso? Simples, o cara é um dos fundadores dessa maravilha aqui:
Ele não apenas foi um dos autores da letra de "Le Freak" do Chic, como também foi um dos produtores da canção.
A lista de colaborações com sensações disco daquela época é enorme.
Quer mais? Ele foi um dos produtores deste disquinho aqui:
Nem preciso comentar mais nada.
Existe aquela célebre frase de que "quem vive de passado é museu", mas o cara está ativo desde aqueles tempos e só temos a ficar bem agradecidos por isso.
O mais recente trabalho foi um feliz acidente, pois a canção era para ser originalmente com a colaboração de Jake Shears apenas (aquele do Scissor Sisters). Só que o mocinho não conseguiu segurar a língua e correu contar para a sua BFF que também quis participar da faixa. A amiguinha Kylie!
Imagine só, estou eu trabalhando em meu disco e Kylie pede para fazer parte de uma faixa, eu vou dizer não?!
O disco em questão, Collateral, é da dupla australiana NERVO (Miriam Nervo e Olivia Nervo), as moças mandam ver na música eletrônica. Colocando a cereja neste bolo, chamaram Nile Rodgers para um solo de guitarra (Sim! Ele também aparece no vídeo).
O resultado? "The other boys", uma canção com um Q de passado e com muito do presente. Lembra, sim, muita coisa já feita pelo Scissor Sisters e que lembra muita coisa feita na era Disco, mas o que importa?! Tem Kylie, tem Jake, tem Nile e tem NERVO, tudo junto e misturado, é pra dançar e não parar mais. Deixa no repeat e seja feliz.
Se uma diva pop já é bom, imagine duas, três, quatro dela mesma!
De vez em quando elas cansam de fazer o trabalho sozinhas e saem se clonando por aí.
All is full of love
Começando com a mais excêntrica de todas, Björk nos oferece uma versão diferente de si mesma, aparece em seu clipe como um robô, ou melhor, dois. Eles estão sendo "construídos" e terminam com um beijo super apaixonado. O clipe foi bastante premiado e figura entre um dos melhores da carreira da cantora, uma obra-prima.
Die another day
Seguindo esta linha, Madonna também resolveu aparecer em dobro e também de forma diferente. Pois ao contrário do vídeo anterior, nada de beijo aqui, as duas estão lutando entre si, elas se odeiam. A ideia é a representação da luta entre o bem e o mal. A canção faz parte da trilha sonora da franquia 007.
Hold it against me
Quem resolveu lutar consigo mesma foi Britney Spears. Um clipe super estranho, com dançarinos sem olhos, Spears cercada de televisores que passam todos os clipes de sua carreira, nada como terminar com ela e sua cópia entrando no tapa.
Come into my world
Agora as coisas mudam um pouco, chega de duplicações, vamos ter triplicações, quadruplicações. Um dia pacato, Kylie Minogue sai de um estabelecimento, deixa cair um pacote na rua e dá uma volta completa pelo bairro. Em seguida, vemos uma nova Kylie saindo do mesmo lugar da primeira... estamos em um looping. As cenas ao redor também se duplicam, mas a narrativa continua conforme cada volta terminada pela cantora. Só vendo para entender (aliás, foi esta música que batizou o meu blog).
Lose my breath
Com essa folia de sair se clonando fora de controle, as Destiny's Child (que já eram três por natureza), encontram com suas réplicas. Fazem uma batalha de rua, ao invés de sair no tapa, elas saem na dança.
Candyman
Falando nisso, Christina Aguilera cansou de ser sozinha e resolveu viver em bando. Dupla é coisa do passado, ela resolveu que agora seria um trio (e retrô). O vídeo é baseado na época naval dos anos 40. As três Aguileras puxam o coro da canção e dançam sincronizadas. Sem brigas e sem beijos.
Don't stop (Funkin' 4 Jamaica)
Outra diva que resolveu viver em trio por alguns minutos foi Mariah Carey. As três embalam uma festinha, com suas vozes poderosas. Ao invés de se vestirem idênticas como as versões de Aguilera, aqui cada uma segue um estilo, as outras Careys parecem mesmo é servir de backing vocal para a do meio. Só mesmo a Mariah para ser backing dela mesma.
Our time
Se clonando, mas carregando personalidades diferentes, temos Lily Allen pegando um táxi ao sair da balada e indo pelas ruas de Londres. Como amigas se encontrando pelo caminho, cada Lily curte a noite à sua maneira (dentro do carro, muito parecido com algo que eu já vi por aí). Como se não bastasse, duas clones se pegam no tapa no meio da rua.
Ironic
O clássico da clonagem: Alanis Morissette. Com certeza Lily se inspirou nesta ideia e não sei se Alanis se inspirou em alguma outra quando filmou o clipe. Sei que ela entra em seu carro e quando a canção chega ao refrão, vemos que ela não está sozinha. Lembrando que o vídeo é de 1996 e cada Alanis aqui encarna uma personalidade diferente. Como no clipe de Lily, Alanis também termina sozinha.
E você gostou dos nossos clones? Esqueci de algum? Comenta aí.
Que Christina Aguilera é uma das vozes (se não a voz) mais poderosa de sua geração, todo mundo sabe. Mas que também ela grita demais em suas músicas, todo mundo concorda.
Não sei se foi o fato de que no início de sua carreira ela foi muito presa, fazendo com que ela saísse gritando para expressar liberdade, apenas sei que pessoas que estudam música são unânimes ao dizer que voz boa ela tem, mas que não tem técnica nenhuma e está a cada dia estragando o seu instrumento.
Se você sempre fugiu de Aguilera por não suportar os seus gritos ou se você, assim como eu, se cansa em alguns momentos de tantos berros, chegou a hora de saber que existem músicas em que ela canta sem gritar. Sim, acredite, Christina Aguilera tem canções em que mostra o porquê de ser considerada uma das vozes mais poderosas de sua geração (e sem precisar nos convencer no grito).
O primeiro disco
Pode ouvir tranquilo, em alguns momentos teremos uns gritos, ou melhor, a voz dela usada para cantar da maneira correta, subindo o tom de voz (quem entende de música sabe melhor do que eu o nome correto, se é "chest voice" e "belting" etc). Apesar disso, Aguilera sempre disse que se sentia muito presa, inclusive vocalmente, neste primeiro disco, por isso ela chutou o balde e lançou...
Stripped
Po-lê-mi-ca! Aqui ela libera geral, em todos os aspectos: sonoro, visual, comportamental... Acalme-se, existem faixas aqui em que Aguilera nos presenteia com uma suavidade que impressiona.
Por exemplo, a doce e romântica "Loving me 4 me"
Uma declaração de amor em que Aguilera expõe que seu amado gosta dela por ser quem ela é e não pelo que ela representa: "uma superstar". Ele é verdadeiro, é honesto ela a ama de forma pura.
Você também pode gostar da faixa-título "Stripped" (no disco se divide em parte I e II)
Neste vídeo, provavelmente usado para sua turnê, Aguilera deixa bem claro como se sentia com relação à sua carreira. Na letra, ela se desculpa por não ser aquela que desejavam que fosse, por não ser uma virgem nem uma vadia e por aí vai. Bem diferente dos "sussuros" da faixa romântica citada anteriormente, aqui temos uns trechos mais falados e quando canta, não está gritando.
Também pode se emocionar com "I'm OK"
Acho que esta faixa é a mais explícita no sentido de se "despir". Christina Aguilera narra sobre os abusos sofridos por ela e sua mãe pelas mãos de seu pai. Apesar da ferida sarar, a dor continua a mesma e contudo, ela está bem. Durante a gravação da faixa, Aguilera chorou no estúdio e ao invés de regravar, a canção foi usada assim mesmo. Nesta versão ao vivo, é possível sentir [ainda] a dor em sua voz. Ao final, temos um tom de voz elevado, mas sem gritos (para meus ouvidos amadores).
Back do Basics
Ela encarna o visual das divas dos tempos dourados de Hollywood. Um disco praticamente voltado para expressar o amor pelo seu marido (que agora é ex).
Ela revisita a dor em "Oh Mother"
Apesar de falar novamente sobre o passado sombrio, a canção é mais uma homenagem à sua mãe, falando da força da mulher que praticamente salvou a si mesma e aos filhos. Temos um grito? Temos sim, lá perto do final, mas nem se compara à dor de cabeça que ela nos causa em outras faixas, que são praticamente cantadas em alto e bom tom.
Vocais contidos e bem trabalhados em "Without you"
"Que mundo seria esse sem você?", ela teve que aprender a viver nele, já sabemos que não é mais casada com aquele que inspirou as letras. Temos vocais mais controlados aqui.
Fazendo a linha LP com "I got trouble"
Se tem uma música em que ela mostra seu controle vocal, pelo menos para mim, é com essa daqui. Sua voz soa abafada, para nos lembrar daquele efeito de LP bem antigamente, e também aquela voz vinda do rádio. O vibrato dela me encanta.
E o que dizer sobre a suave "Save me from myself"?
Nesta daqui eu garanto, ela é praticamente um sussurro perto das outras canções de seu repertório. É muito bom ficar ouvindo sua voz aqui e todo o seu controle do "falsete".
Bionic
Experimentando uma sonoridade totalmente diferente (ou nem tanto assim), Aguilera deu um passo à frente com este disco e que, claro, não foi muito bem recebido.
A romântica e erótica "Sex for breakfast"
O título já diz tudo, vocais mais suaves deixam uma carga mais sensual para a letra. Longe de querer ser uma canção sexy, está mais para um romantismo-ousado.
A retrô e metafórica "Elastic love"
Aqui ela soa até meio robótica mesmo, intencionalmente. Abusando dos filtros e dos efeitos, Elastic love nos leva de volta aos anos 80. A faixa tem como uma das escritoras a cantora M.I.A.
"I am" é quase uma canção falada
Christina Aguilera canta sobre todos os seus "seres": é emotional, é imprevisível, é imperfeita, é vulnerável, e por aí vai. Vocais totalmente controlados.
BÔNUS:
A canção fofinha, trilha sonora do filme Burlesque
Ah como eu queria que ela seguisse com essa linha musical, não apenas pela sonoridade que combina com ela, mas pelo jeito de cantar.
Por mais que eu adore seu vozeirão, Aguilera precisa aprender que muitas vezes menos é mais. Sua voz é linda, mas quando ela resolve apenas sair gritando por aí, além de prejudicar a voz (como os especialistas afirmam) ela machuca nossos ouvidos. Seja uma boa menina e cante de verdade, voz você tem, falta usar com moderação.
Esqueci de alguma? Sinta-se à vontade para comentar.
Muitos já sabem que quando se trata de música nacional, o meu gosto se limita. Também já sabem que eu prefiro muito mais escutar vozes femininas do que masculinas. Dentre as vozes femininas que me chamam atenção, Gal Costa sai em disparada.
Primeiro que ela me fez beijar a lona, pois eu considerava apenas boas cantoras aquelas que escreviam e produziam o seu próprio som, Gal faz algo melhor ainda. Como intérprete, faz com que a poesia de outro torne-se sua, como se aquela canção tivesse saído de suas entranhas.
Meu primeiro contato com Gal - o mais honesto, ou seja, quando eu escutei porque quis - ocorreu quando eu tinha por volta dos 14/15 anos. Uma tia emprestou uns LPs e no meio deles estava o "Profana", além da capa gritar em meus olhos, um selo modesto de censura deixou aquele gostinho de "quero saber o que foi censurado".
Eu já conhecia Madonna, então, eu tinha paixão por algo polêmico. De cara, viciei em "Vaca Profana" (a faixa censurada). Além da letra, que na época eu não entendi nada, a melodia, a voz e os "ê ê ê ê", no que se pode chamar de refrão, fizeram a música grudar em mim. O disco foi lançado 1984, décadas depois eu tive acesso e hoje ouço como se fosse lançamento. Aquele som bem típico dos anos 80, algumas faixas com uma pegada meio forró meio frevo, outras de se apaixonar - estilo trilha sonora de novela. E Gal com sua voz potente e aguda.
Muitos anos se passaram e sem querer cliquei em uma notícia que anunciava os melhores e piores shows do cenário nacional. Vamos ver o que está rolando. Não me recordo em que site foi, mas o autor da matéria anunciou como ponto alto o show da Gal, o "Recanto ao vivo". Até aí, tudo bem. Logo veio o golpe "... para divulgar o disco homônimo [Recanto, 2011], que é uma experimentação com batidas eletrônicas....", pausei o vídeo e corri procurar pelo disco.
Achei e amei. A faixa inicial, "Recanto escuro" é fria, crua e linda. Favorita. O disco entrou para o meu hall de queridinhos. Ouço muito e temos uma Gal sempre atrevida com a sonoridade das canções, sem medo de arriscar. Sua voz, já diferente pelo tempo, não perdeu seu encanto e nem sua potência. O show? Decorei de trás para frente. Se escutar bem, "Recanto Escuro" é bem biográfica.
Alguns anos se passaram e descubro que ela lançou o "Estratosférica" (2015), demorei para querer ouvir, pois o "Recanto" já havia me satisfeito imensamente. Fui ler à respeito do disco e a crítica elogiou uma faixa escrita por Tom Zé - "Por baixo" (toda safada, do jeito que Tom Zé sabe fazer).
Fui ouvir e... não parei mais. Faixa a faixa, o disco foi me seduzindo. Alguns arranjos parecem simples e medíocres, mas algo neles seduz e, junto com a interpretação de Gal, vicia. A audácia aqui fica por conta dos compositores serem todos novatos, se comparados aos monstros da música com quem Gal já trabalhou (a saber, "Recanto" é todo de Caetano Veloso).
As capas dos três discos valeriam uma postagem isolada, gosto de todas. E quando vi a capa do disco mais recente, imediatamente me remeteu à do "Profana", o cabelão principalmente.
Gal Costa me conquistou com estes três trabalhos, por conta disso, sinto enorme vontade de ir a algum show dela. Abaixo, listo outras canções favoritas de cada disco (algumas delas), se você ainda não ouviu, dê um clique e se delicie também (ou não). Eu continuo aqui, ouvindo sem parar.
Kylie + Garibay, juntos lançaram (mais) um EP em 11 de setembro. Ambos dispensam apresentações.
Fiquei bastante ansioso pelo novo material, pois no ano anterior eu já havia gostado das quatro canções que eles haviam lançado (aliás, três, pois uma delas é do Garibay e a Kylie participa). Rolou até um curta com as músicas.
Quando vi o tracklist, deu um pouco de medo ao ver o nome do Shaggy ali. (Não lembra dele? Dá o play).
Mesmo assim, fui ouvir o EP. Black and White (feat. Shaggy)
Primeira música do disco e... amor imediato. A batida e os vocais logo na introdução, uma coisa meio amigos curtindo a vida. E o refrão vem explodindo tudo. Daí quando você achava que nada mais poderia vir da música, o trecho final (com os vocais do Shaggy) nos levam direto pra rave.
Se o ritmo me fizesse narrar uma história, começaria com os amigos se arrumando, fazendo aquele esquenta em casa, depois os mostraria pelo caminho e quando chegassem ao destino (o trecho final), todos numa big festa, curtindo e dançando e rindo e fim. Minha favorita do EP com certeza.
If I can't have you (feat. Sam Sparro)
Confesso que eu nunca tinha ouvido falar em Sam Sparro. A intro me lembrou bem de leve uma música do Aoki.
O refrão dessa música, estou falando da batida, é praticamente feito para balada gay. Super no estilo, já vejo pessoas batendo um cabelo.
Uma faixa bem sexy, estilo Kylie. Eu acho, apenas acho, que ela deveria fazer um disco bem eletrônico, mais do que ela já vinha fazendo (apesar de que ela sempre foi mais voltada para a linha Disco).
Your body (feat. Giorgio Moroder)
Segundo "single" do EP. Começa como uma fala em italiano (é isso mesmo, produção?). Gostei da participação de Minogue no disco de Moroder. Agora "Your body" ainda me deixa dividido, não sei se eu gostei ou odiei.
Espera, odiar jamais. Essa faixa, para mim, tem muito a cara da Lady Gaga, acho isso um problema (talvez). Gosto dos vocais, gosto do refrão que fica martelando na sua cabeça, mmmm...
Ah, o clipe, lindo como uma boa Minogue sabe fazer, apesar de ter bem cara daqueles vídeos backdrop usados em turnês, mas está lindo.
Em resumo, é um EP que me deixou com vontade de mais, de um disco cheio de música assim. Digo e repito: Kylie, se jogue na música eletrônica por uma temporada, você vai amar e eu também.