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sexta-feira, 10 de abril de 2015

Shakira, drogada e prostituída


Como eu estou cansado de ouvir/ler por aí pessoas dizendo: "saudades da Shakira antiga", "ela se perdeu", "se prostituiu para o mercado americano", etc e tal. 

Por onde eu começo? Bem, eu deveria começar não prestando atenção aos comentários ignorantes que vejo pela internet. Novamente, amiguinhos, não sou perito musical e não estou dizendo que as pessoas não devem escrever ou "dizer" o que pensam. No entanto, vamos ser coerentes? 

Como tudo começou


Desde 2001, ano de lançamento do "Laundry Service" - primeiro álbum em inglês da colombiana - que ela vem recebendo críticas um tanto negativas de seus pseudo-fãs. Entendo perfeitamente que o cabelo loiro + língua inglesa foi uma tentativa forçada de diminuir os traços latinos da cantora para conseguir mais apelo no mercado americano, mas vamos falar de música? As pessoas insistem em apontar o dedo para "She wolf", "Loca", "Rabiosa" (citando alguns sucessos recentes). E eu pergunto, onde está o problema?



Alguns argumentam o fato dela ter se "sexualizado" demais, então posso criar polêmica e apontar tal comentário como machista. Outros dizem que as letras de Shakira ficaram bobas e sem sentido. Hmmm ok, "Loca" e "Rabiosa" realmente são mais simples quando comparamos à discografia da cantora, porém, repito a minha pergunta: onde está o problema? 



Shakira grava discos desde 1990. Ainda me atrevo a dizer que desde essa época ela vem escrevendo suas poesias em forma de música e por que, eu repito sempre, por que ela não pode se divertir um pouco e fazer umas letras mais brincalhonas e descontraídas? Ela precisa fazer música politizada e cheia de conceitos o tempo todo? Então entramos com um outro problema: a generalização. As pessoas pegam um single e atribuem ao disco todo. 

Em "She wolf" (o disco) temos uma Shakira experimentando o eletropop "alternativo" (vamos chamar assim). Ali temos algo que é marca registrada da cantora (e quem discordar de mim é porque desconhece o repertório da colombiana): a mistura de gêneros e ritmos, principalmente elementos folk com batidas mais "urbanas". Como ela mesma apontou: "o deus Pop é mais permissivo". Vide seu mega sucesso "Whenever, Wherever" (lá do "Laundry Service") em que temos a mistura de música pop com flautas andinas. 


Mas e as letras? Não irei discorrer sobre cada faixa deste disco, porém, devo dizer que ali temos a Shakira de sempre, falando de amor, de decepções amorosas e traições. Focando na faixa-título "She wolf", se as pessoas conseguissem ir além do que se vê, perceberiam uma letra avant-garde, em outras palavras, uma letra feminista: "Uma mulher domesticada, é o que você tem solicitado / Tenho me devotado à você de domingo a domingo e não recebo nada em troca" e por aí vai. Mais ainda, uma mulher tem o direito de expor sua sexualidade, sua sensualidade quando ela quiser e sem ser rotulada, pois "existe uma loba em seu armário"


Em se tratando do lançamento de 2010, o álbum "Sale el sol" - que veio logo após "She wolf" -, muito bem recebido pela crítica, obrigado, os so-called-fãs amargos ainda reclamam de "Gordita", "Loca" e "Rabiosa". Meus amiguinhos, vocês ouviram o disco todo? Parece que não. Acho a coisa mais linda em "Gordita" a Shakira fazendo graça consigo mesma "Eu também gostava mais quando você era mais gordinha, com os cabelos negros (...) assim meio roqueira". Ainda não vejo qualquer problema com nenhuma das faixas citadas, mas se vocês querem poesia, vão ouvir "Lo que más", "Devoción", "Antes de las seis", enfim, vão ouvir o disco. 


  
E como deixar de fora o "Oral fixation vol.2", que tem letras bem interessantes e que precisou de "hips don't lie" para ser catapultado no mercado? E é aqui que eu pergunto: cadê coerência? Pedem tanto que Shakira volte a ser o que ela era, ela "volta" (sonora e liricamente), faz um disco inteirinho do jeito que a molecada gosta e o que acontece com ele? Quase passa batido. O disco vendeu bem, mas quem lembra de "Don't bother" e "Illegal"? Quando se trata deste disco, só citam "Hips don't lie". 

Vocês querem Shakira com letras mais "inteligentes"? Ela vive fazendo isso. Agora não queiram que ela deixe de fazer sucesso, ela precisa entregar, feliz ou infelizmente, o que o mercado pede, todo artista mainstream faz isso. Os fãs pop mainstream só querem bater cabelo. 

Não acho que ela esteja menos Shakira e mais americanizada (complexo de Carmen Miranda), ela continua sendo ela mesma, só prestar mais atenção. Reclamam tanto, mas não largam o osso. E parem com essa mania de querer que o artista volte para o anos 90, o tempo passa, as pessoas mudam, não queiram que Shakira cante sobre algo que ela viveu em 1998, se agora em 2015 ela vive outra realidade. Shakira mudou tanto assim? Está "irreconhecível" musicalmente? Ou é você que está com preguiça?  

Para encerrar, o que eu considero uma das pérolas do "Oral Fixation vol.2" e que jamais ganhou "vida", a polêmica (mas nem tanto) "How do you do" (por que será que não virou single? Ah, já sei, não dá para dançar), em que ela parece estar criticando Deus, mas se olhar bem de perto, ela está mesmo é nos criticando, por termos uma fé cega e descontrolada. 


p.s.: Por que ninguém critica "La tortura"? É tão simples e boba quanto "Rabiosa" ou "Gordita". 

imagens:
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