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sábado, 18 de abril de 2015

Máquina do tempo: Charmbracelet

O ano é de 2002 (parece que foi ontem), tivemos lançamentos como:

Let go - Avril Lavigne
Under rug swept - Alanis Morissette

3D - TLC
Stripped - Christina Aguilera
This is me... Then - Jennifer Lopez















Estava eu bem de boa assistindo MTV, curtindo "Jenny from the Block", "Precious Illusions", "Dirrty", "I'm with You" e "Girl Talk", quando anunciam clipe novo de Mariah Carey: "Through the rain". Na época, como eu não sabia inglês direito, o que me chamava atenção era a produção musical, então se a música não gritasse para mim, já era.


Eu já curtia muito Mariah Carey naquela época, mas lembro de ter gostado mais do clipe do que da música. Também eu não sabia nada sobre ela com muitos detalhes e bem depois é que eu fui descobrir que o clipe narra algo semelhante com que a cantora passou, ou melhor, a sua mãe passou. Um casamento interracial na época dos anos 50/60 (não me recordo exatamente quando) era algo considerado quase criminoso, famílias multirraciais sofriam muito com o preconceito nos EUA (se é que ainda não sofrem, não apenas lá, mas no mundo todo).


A letra é praticamente uma narrativa sobre superação, você pode ter dias de tempestade em sua vida, mas você vai dar a volta por cima. 






Vale lembrar que no ano anterior, Mariah enfrentou dois fracassos em sua carreira: o filme "Glitter" e soundtrack de mesmo nome, o disco eu gosto tanto tanto tanto e como na época eu nem me importava com charts (ainda não me importo), quase nem acreditei quando ouvia comentários na tv sobre o fracasso do disco. Mariah teve um breakdown nervoso, mas she made it through the rain. 











No entanto, foi com o próximo single que ela ganhou o meu coração.



Estava assistindo à parada musical de clipes, eis que surge "Boy (I need you)" e apesar de eu não entender nadinha do vídeo, apaixonei na música - principalmente quando ela canta "boy" com aquele efeito na voz. Ai ai, eu acho que sou meio bobo para músicas. Naquela época, eu sofria com meus amores adolescentes e este single de Mariah era quase uma narrativa da minha vida, com exceção de que o boy magia jamais iria ligar no meu Motorola, porque eu não tinha celular e o boy nem sabia da minha existência. Quando tive a chance, corri para comprar o disco. Ouvia "Boy" sem parar e também "You got me", as duas faixas têm Mariah com aquele efeito na voz, muito amor.


Meu gosto musical na época ainda estava "amadurecendo", com isto, o disco Charmbracelet, lançado em dezembro de 2002, não recebeu todo o amor que dedico a ele nos dias de hoje. Contudo, eu tinha as minhas favoritas: "Lullaby", "Irresistible (West Side Connection)", "Sunflowers for Alfred Roy" (esta última, em memória ao seu pai, que faleceu enquanto ela produzia o disco).



Um belo dia durante a aula, minhas amigas me perguntam "Nossa, você já ouviu a música nova da Mariah? Ela dá um super grito, daqueles que você gosta" e eu "Não! Será que é deste disco que eu tenho?" Chego em casa e corro procurar faixa a faixa a música do grito, mas a impaciência era tanta que eu desisti. Liguei na MTV (bons tempos) e fiquei de plantão até anunciarem a música "nova" (ela foi lançada como terceiro single do disco quase 1 ano após o lançamento do álbum). Não lembro em qual programa foi e nem em que dia foi, só sei que eu estava lá na MTV e começou:


Corri para o quarto, peguei o meu cd e fui ouvir, não acreditando que eu tinha deixado passar a canção por tanto tempo, ela era quase uma desconhecida para mim, enquanto eu via o clipe eu poderia jurar que a faixa fazia parte de alguma edição especial do disco, mas ali estava ela "Bringin' on the heartbreak" e o seu famoso whistle register. Nem preciso dizer que eu viciei. Tempos depois eu descubro que a música é um cover e muito bem feito por sinal.

"The one" e "Yours" viraram um caso de amor tempos depois, com meu inglês mais avançado e meu gosto musical mais amadurecido, ouvia estas canções com outros "olhos". Na realidade, eu nunca havia sido muito fã das baladas da Mariah, eu sempre gostei de algo como "Honey", "Heartbreaker", "Don't stop (funkin' 4 Jamaica)", etc. Apesar disto, a faixa "Subtle invitation" também figurava entre as favoritas desde o começo. A primeira tem uma letra muito poderosa, sobre gostar de alguém, mas por ter sofrido tanto em relacionamentos anteriores, chega um momento em que você promete a si mesmo que nunca mais irá se apaixonar de novo, um hino. "Yours" é o contrário disso tudo.  

Não sei se foi o momento, mas Charmbracelet é um álbum muito querido por mim, Mariah está bem confessional e intimista, as faixas bem estilo "Ouro Verde FM" (eu gosto, tá?), pois quase todas são de dar aquela dorzinha no coração, talvez seja Mariah Carey expulsando todos os demônios e depressões vividas nos últimos tempos. Do tipo quando estamos tristes e vamos ouvir músicas mais triste ainda para "curar a ferida", a cantora fez um disco inteiro para curar as dela. 



Não, o disco não é sombrio ou depressivo, mas temos vocais mais "contidos" de Carey, temos letras que falam de amor e letras que falam de decepção, temos polêmica, já que a faixa "Clown" é tida como uma desabafada sobre o relacionamento dela com o cantor Eminem (algo que veríamos de forma mais explícita em "Obsessed" de 2009).



Apesar de algumas duras críticas que o disco recebeu, por exemplo, alguns diziam que os vocais da Mariah estavam prejudicados e coisas do tipo, eu acho que Charmbracelet é um disco bem interessante na carreira de Mariah Carey (me atrevo a dizer que gosto mais dele do que de "The Emancipation of Mimi"). O disco vendeu pouco mais de 1 milhão de cópias nos EUA, claro que foi considerado uma tentativa frustrada de se recuperar do fracasso de Glitter. Como eu não ligo para charts e nem para críticos, continuo ouvindo muito o álbum e relembrando os meus dias lá de 2002/2003 com muita saudade e bem feliz de ter tido este álbum como parte importante de minha vida.

E para aumentar a saudade, Mariah Carey está prestes a lançar mais uma compilação, o "#1 to Infinity" que terá música inédita, a "Infinity" (óbvio). Assim como o "#1's" esta nova compilação fará parte da minha discografia amada.


#'1 de 2015



#'1´s de 1998

















E você, também tem boas memórias com o Charmbracelet

p.s.: Inicialmente, o post seria um faixa a faixa, mas eu tinha que contar sobre as sensações e o momento em que tive o meu contato com o disco. O próximo post será com comentários, música por música, Charmbracelet merece.

imagens: 
en.wikipedia.org
dailymotion.com
vevo.com
pinterest.com

2 comentários:

  1. Pois olha, mais uma vez adorei sua resenha. Incrível como temos opiniões muito semelhantes. E seus textos são muito bem escritos, sempre me deixam curioso para ler até o final. Bom saber que vc está mantendo o blog na ativa!

    O que falar sobre o Charmbracelet? Um álbum definitivamente "interessante" como você mencionou. Os fãs tem um caso de "ame-o ou odeie-o" com ele. Estou no time dos que o amam. É um álbum maravilhoso, e sempre achei que, em matéria de trabalho intimista refletindo quem é Mariah como artista, está no mesmo patamar do Butterfly.

    O lance da voz me incomoda um pouco. Não porque ela não estava "cantando como antigamente" (comparação que acho estúpida), mas sim porque definitivamente há algo de errado na mixagem dos vocais. Eles estão muito baixos, a impressão é que a Mimi gravou o álbum inteiro fechada em um armário. Não tenho conhecimento o suficiente pra explicar tal coisa, mas posso garantir que há algo estranho quanto a parte técnica. Mesmo porque, na tour desse álbum, a voz da Mariah estava muito bonita.

    E depois de passar mais de uma década cantando usando seus alcances vocais mais poderosos e agudos, acho uma proposta bacana lançar um album com vocais mais contidos e ~sensuais~. Acredito que essa era uma das propostas do álbum, mostrar mais essa nuance dos vocais da Mariah.

    No mais, o álbum é maravilhoso. Já tive minha fase de amor com cada música, de achar ela a melhor do álbum. Mas depois de tantos anos, eu ficaria com Irresistible e Lullaby. A produção de Irresistible é linda, a execução do sample dentro da música ficou uma delícia. E Lullaby é incrivelmente sexy, me remete a The Roof (inclusive a letra tem uma frase dessa música), e nas minhas teorias loucas, Long Ago/The Roof/Lullaby são três músicas que fazem uma espécie de trilogia, assim como Underneath The Stars/Fourth Of July/Yours – repare que todas as músicas citadas são dos mesmos 3 álbuns: Daydream, Butterfly e Charmbracelet. Mas como eu disse, são teorias loucas minhas.

    Esse album sempre vai ter um sentimento nostálgico pra mim. Lembro até hoje do dia em que comprei ele, no finalzinho de 2002. E quando a Mariah foi ao Fantástico divulgar ele? Linda!

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    1. Eu tenho ouvido zero para tecnicidades (existe esta palavra?). Eu lembro de ouvir o disco e gostar muito do que eu ouvia, coisas mais do que outras. Obrigado pelo seu comentário. Eu não lembro dela no Fantástico, porque eu não era muito ligado nas coisas, eu apenas ouvia as músicas e via os clipes. Vi bem depois, numa espécie de reprise, claro que adorei.
      Teorias, adoro teorias e ela faz sentido. Eu nunca pensei nisso, hmmm.

      Obrigado por me incentivar a escrever cada vez mais. =)

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