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sexta-feira, 8 de março de 2019

Reflexões do almoço

Durante meu tranquilo e solitário almoço, acabei ouvindo a conversa da mesa ao lado (eles estavam falando alto, foi inevitável). A conversa me fez pensar sobre algumas coisas. 
Eis que a moça estava narrando suas aventuras no carnaval e, em dado momento, disse que acabou a noite numa casa noturna e adicionou o parênteses desnecessário: era 99,9% gay. Então um dos moços que estava com ela complementou "aaaaah bom, agora faz sentido, porque eu nunca tinha ouvido falar desse lugar, tá explicado, é uma boate gay". Aaaah bom, moço, eu estava ficando preocupado, imagine você, hétero, conhecendo locais arco-íris né?! Saiba que eu também não conheço esta boate aí, estou virando meio hétero?
Enganchei um outro pensamento: quando héteros, geralmente homens, dizem que vão a baladas gays, vem sempre a justificativa "a música é boa; a bebida é boa; as coisas são baratas..." Parem, parem, parem. Simplesmente digam que vão porque gostam, não te faz menos hétero frequentar uma balada gay, sabia? Deixem este medo e preconceito de lado. Eu "mesmozinho" tive uma infância e adolescência regada de lugares e hábitos ditos hétero e no fim das contas... gay estou! Estranho...
Bem, voltei ao mundo real a tempo de ouvir o outro moço falando "... sempre me respeitaram. Teve só uma vez que um cara passou a mão em meu peito e eu já fiquei 'ê, sai pra lá'." Minha vontade nesta hora era novamente me intrometer na conversa e dizer: moço, sabia que isto acontece com as mulheres o tempo todo e em todos os lugares e a qualquer hora do dia? Veja como é incômodo e errado. E se a moça reclama, é capaz de piorar o assédio e ela ainda levar uns tabefes nas ventas só porque ela também ficou 'ê, sai pra lá'. Aliás, não é só hétero que assedia mulher não, gay também assedia gay. O simples fato de você estar na balada já justifica a gay vir lhe passando a mão. Amigo, vamos com calma. Fica a dica aí pra todo mundo: nada de sair alisando e apalpando os amiguinhos, não é correto e não é legal. 
Por fim, fiquei pensando, vamos nos libertar das amarras? Vamos cuidar para não invadir o espaço do outro? Vamos procurar fazer aquilo que gostamos, sem justificativas? Vamos ser felizes, sempre respeitando o próximo? Vamos nos permitir! 

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