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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Naquele dia

Naquele dia ele decidiu que descontaria toda a raiva que sentia do mundo nele mesmo. Consumiu todas as toxinas legais que conseguiu, engoliu sem mastigar.
Sentiu o seu corpo pesado por alguns instantes. Muito tempo depois uma leveza incomum tomou parte dele. As pessoas ao redor eram névoa, seus pés pareciam não estar tocando o chão. Ele flutua pelos dias.
Ainda procura por respostas, ainda procura penetrar aquela bolha que separa o seu mundo dos demais. Bolha de onde decidiu sair por contra própria; observar pelo lado de fora pareceu interessante, no entanto, ele acabou ficando "de fora". Ele precisa voltar e se encontrar. 
Cercado de pessoas, ele ainda se sente sozinho, sem motivos e sem explicação. Sentimento de solidão injusto, pois as pessoas estão ali. Então por que esta maldita solidão?! Por que ele olha ao redor e não se acha merecedor de estar e de ser? 
"Eu pertenço a este mundo, então por que diabos o mundo não me permite pertencer?" esta é a sua raiva,o motivo de sua intoxicação com as coisas mais cotidianas do planeta.

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