"Significa se regar (molhar a si mesmo). Se você encarar no sentido literal, quando se tem uma semente mas não a regar, logo ela não germina. Para mim, minha água é a música e a criatividade. E é ser livre. Se eu não tiver nada disso, eu não posso me regar e me sinto infeliz. Então, o que quer que seja a sua água, descubra e certifique-se de estar se regando regularmente."
(Joss Stone para Digital Spy)
Sem mais delongas, vamos analisar agora o disco mais "mundialmente" influenciado de sua carreira. Com bastante elementos do reggae e hip hop (ela mesma declarou que são os elementos principais do álbum), esse disco ainda traz elementos de outros estilos como Stone aponta: "violão flamenco, tablas, violinos irlandeses, um coral gospel." Joss nos entrega mais uma vez a sua alma em forma de música.
Ela vinha cantando músicas do novo disco em suas apresentações, quando escutei o álbum eu me deparei com sensações do tipo: "opa, conheço essa".
Capa do sétimo disco da cantora. |
Love me - abrindo o disco e mostrando bem a cara do novo trabalho, mais reggae impossível. Mas quem conhece o trabalho dela já viu um flerte com o estilo em "Less is more". Achei que eu iria estranhar, mas não. Ficou a cara dela. Os vocais são de uma calmaria só. Na letra, Joss implora ou pede implorando para que seja amada de forma honesta.
This ain't love - parte dessa música me lembrou do disco dela "Colour me free". Essa faixa é tipicamente Joss Stone, unindo seu estilo soul com R&B. É praticamente uma revisita ao seu trabalho. Apesar de Joss nunca ter "fugido" dele. Claro que temos bem de leve um elemento mais reggae quando nos aproximamos do fim da música, mas dura pouco.
Stuck on you - sabe paixão à primeira vista? Então, eu e essa música. A letra fala sobre você se prender a alguém que não te valoriza, mas quando você parece se afogar, existem pessoas (seus amigos) que te ajudam a sair do fundo do poço. A canção é bem influenciada por temas indianos, gostosa de ouvir. E o vídeo clipe é outro trabalho lindo, traduzindo o sentimento da letra.
Star - inicia com cordas, parecendo uma música clássica, mas logo vem a quebra. Temos elementos R&B mais uma vez se sobressaindo, o refrão é um show à parte, um coral faz todo o trabalho, combinando bem com o que cantam "we are who we are". Um hino, praticamente.
Let me breathe - uma pegada bem latina, lembrou quando a Aguilera fez essa mistura de pop/R&B/flamenco. Aqui ela pede pra pessoa deixá-la em paz, praticamente. "Don't make me love you no more", um coração partido ao som de uma Spanish guitar.
Cut the line - essa música tem uma batida mais dançante, algo que me lembrou a África, assim de leve (posso estar errado na referência). Ainda assim, a guitarra do reggae marca presença. Com um arranjo levemente diferente e um pouco mais de sensualidade, Beyoncé poderia fazer essa música ser dela.
Wake up - totalmente reggae, com participação de Damian Marley (que aliás deu ideia para Joss fazer um disco nesse estilo). Mais "lenta" do que as outras, apesar de nada contra ao estilo, a batida daqui me irrita um pouco. Exceto o refrão que eu gostei.
Way Oh - outro reggae, com uns vocais na introdução que me lembraram mais uma vez a África, talvez algum cântico sagrado de alguma tribo (nossa, eu viajo). Se você odeia reggae, amiguinho, é melhor ficar longe desse disco ou escolher as faixas que passam longe do estilo.
Underworld - reggae de novo, lento. As letras do disco estão bem interessantes.
Molly Town - um reggae mais aceleradinho, uma letra com historinha, puramente fiel ao estilo, até com as típicas pausas.
Sensimilla - título de origem espanhola "sem semente", é um tipo de planta (se é que você me entende). Totalmente R&B. Bem Joss. Bem gostosinha de ouvir. "If you'd like to grow your own sensimilla, this is what you have to do." Anota a receita então. Confesso que não sei se é alguma metáfora ou se ela está mesmo dando a receita de algo bem curioso. Tem flauta (doce?) na canção.
Harry's Symphony - reggae mais acelerado. E uma surpresa, ela canta um trecho de "Pure Morning" do Placebo.
Clean water - eu não consigo identificar todos os elementos, mas é mais um reggae, com uns violões, uma coisa meio Jack Johnson.
The answer - essa música encerra o disco, a versão normal dele (pois temos versão para Amazon e Target). O clipe divertidíssimo, a letra falando que devemos nos soltar mais, ser mais livres e relaxados. Aqui temos os violinos irlandeses (creio eu), as tablas (um instrumento de percussão, também acredito que seja)... É para afastar os móveis e sair dançando pela casa. Bela escolha para encerrar o disco. Uma síntese de todos os estilos que a inspiraram ao redor do planeta.
Water for your soul (Edicão exclusiva Target e Japonesa) - totalmente, completamente, exclusivamente R&B, em minha modesta opinião, algo inédito para mim na voz de Joss Stone. Uma música que se mostrassem, assim, sem contexto, eu jamais iria acreditar que é a versão original, acharia que alguém fez um remix em cima. Mas é muito boa, por sinal.
Confesso que o "LP1" não me agradou tanto e mesmo ela tendo lançado o "Soul Sessions vol.2", eu estava me sentindo meio órfão de Joss Stone.
Foram quatro/cinco anos de um trabalho duro para a cantora e que é notório, o disco está bem produzido, bem trabalhado mesmo.
Ainda preciso me acostumar com um disco 90% reggae, mas Joss conseguiu dar sua cara ao estilo. Álbum ótimo? Não sei ainda, mas até o momento, eu gostei.
Bem-vinda de volta e sucesso sempre em sua turnê simples e ambiciosa. Se você não curte reggae, tem músicas ali que se salvam para você, como "Stuck on you"e "The Answer".
Você já ouviu o disco? O que achou?
Referências:
Imagens:
en.wikipedia.org
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